
desde 1978



A república
Sua primeira casa foi no bairro Antônio Dias, era uma pequena casa de fundo onde moravam 4 estudantes do curso de Farmácia.
Em agosto de 1979, a república mudou-se para o bairro Rosário, na Rua Getúlio Vargas. Era um sobrado alugado só em cima, tinham 3 quartos, 2 salas, 1 banheiro e uma cozinha pequenos. No fundo, um quintal grande que tinha vista para a Igreja, onde funcionava a Rodoviária. Nesta casa moravam 7 estudantes, 4 de Farmácia e 3 de Nutrição.
Após um ano o proprietário pediu que fosse desocupada, e as estudantes ficaram durante as férias todas procurando um lugar para morar, o que era difícil na época, pois havia muitos estudantes e poucas residências a alugar. Muitos proprietários também não alugavam para estudantes.
Nessa época, procurando por uma casa no bairro Antônio Dias, se deparam com uma completamente abandonada e com o telhado caído. Tinha dois pavimentos, o de baixo mais conservado, com uma porta larga na frente, onde funcionou uma antiga Funerária. Quando buscaram mais informações, descobriram que a casa pertencia à UFOP, e seria usada para administração de algum setor.
As moradoras, então, decidiram “batalhar” a casa. Foram à Diretoria de Ensino, marcaram audiência com o Reitor Fagundes e explicaram a situação. O Reitor cedeu o advogado da UFOP para negociar com o proprietário da casa da qual seriam despejadas. Ainda assim elas continuaram a Diretoria todos os dias para conseguir as chaves e olhar a casa, e a UFOP alegava que o telhado estava caindo, e eles não poderiam arcar com as conseqüências.
A insistência das estudantes foi tanta, que decidiram entregar as chaves, e mandaram junto um Engenheiro para examinar o local. A fundadora da Patotinha, Maria Aparecida de Assis Coelho, Bia Morena, foi quem tomou a frente dos contratos e toda parte burocrática, sempre muito simpática e brincalhona, conquistou o respeito e
admiração das demais durante o período de transição.
Quando finalmente conseguiram a casa, a UFOP estava passando por um período difícil. Os estudantes estavam em greve por melhores condições de moradia, alimentação, ensino e professores. Em uma das Assembléias Gerais, determinaram que a Reitoria é quem decidiria a quantidade de vagas e indicaria as estudantes para morar na Patotinha. Porém, as moradoras não concordaram e afirmaram que o critério de escolha seria delas e a casa comportaria 13 pessoas.
Naquela época, só existiam duas Repúblicas Federais Femininas: a Rebu, que era somente de Engenharia; e a Patotinha, que acabou acolhendo mais calouras de Farmácia e Nutrição. Com o passar do tempo isso foi mudando, para as duas Repúblicas, e hoje a República Patotinha é habitada por estudantes de variados cursos.

